Penso porque raio continuo a gostar desta festa… Sim, porque quando se é mais novo é fácil gostar-se de tudo – primeiras saídas até tarde, oportunidade para beber uns copos, poder voltar para casa a pé sem preocupações de maior… Bom, é verdade que hoje em dia os pontos 2 e 3 mantêm-se… Mas o mais importante não é isso…
É que nesta altura acabamos por ver pessoas que passamos o ano sem ver, família afastada ou pessoas que fizeram um dia parte da nossa infância, com as quais acabamos inevitavelmente por perder algum contacto, por vezes até primos que não se conhecia e se passa a conhecer, pequenos acabados de nascer ou já grandes.
Mas é também o convívio de gerações… Gosto de dançar o bailarico com os primos mais velhos e com os mais novos, com o pai, a mãe, a prima ou os amigos. Desembrulhar as rifas com o senhor padre. Sair de casa sozinha, mas encontrar logo alguém conhecido.
Gosto de entrar pelas garagens habitualmente fechadas e ver um grande gosto em receber, uma simpatia que apesar de ser ‘anormal’ não é fingida. É festa, e festa é festa! Há sempre um copo a mais, uma bifana que se pode fazer na altura, há sempre uma conversa para pôr em dia…
Até eu me sinto mais simpática e bem-disposta por esta altura, para conversar com a tia-avó ou com a avó de outro qualquer…
Isto leva-me a pensar que há efectivamente partes de nós que, apesar de não estarem completamente desenvolvidas estão lá, e há sempre muito mais de nós a dar aos outros. Mais do que julgamos. Há sempre um pouco de nós que nem nós mesmos temos noção que temos algures em nós. E eu gosto disso claro!!
P.S. Também é bom que a festa se realize em plena campanha eleitoral, porque há uma maior oferta de políticos a quererem pagar uma imperial em troca de votos. Eu cá que nem vou estar em Portugal para votar aceito tudo, souvenirs, imperiais, beijocas, panfletos, enfim... O que for preciso, que eu cá sempre gostei das canetas vermelhas, laranjas, às bolinhas e quem me conhece sabe bem que nunca fui pessoa de recusar coisas de grátx =P
quem sabe eu nem vos quero bem
quem sabe eu nem sou ninguém
quem sabe eu não sei quem
quem sabe eu sou quem queria ser
quem sabe eu nunca o vou saber
quem sabe eu sou bem melhor
quem sabe o medo é minha cruz
quem sabe o medo é meu motor
quem sabe o medo é luz
quem sabe eu não estou só a tentar
desesperadamente uma razão
para seguir ou para não parar
pois tudo se passa sem eu ver
