a vida distrai-me do resto (e eu gosto!)

Peguei na bicicleta...
Apetecia-me mesmo andar um bocado sem pressas, sem destino, sem pensar...
Sorvi cada golo de vida... Gostei do frio que me cortava a respiração enquanto pedalava...
E vi tanta vida...
Um senhor a passear o cão (que me sorriu, e a quem eu sorri de volta)!
Um avô a passear com o neto, fazendo jus ao tempo que a reforma lhe dá, para dedicar aos que ama! (parece que tudo é mais lento, calmo e perfeito para quem não tem horários, e aparentemente não precisa de ir a lado nenhum)!
Uma senhora a passear os seus filhos gémeos (a falar ao telefone e com os sacos das compras na inexistente mão que lhe sobrava)!
As árvores, algumas verdes, e outras completamente desnudadas de folhas (à espera que a Primavera lhes traga o sol, a inspiração, e outro tipo de beleza, a beleza do fruto e da criação)!
O rio, cheio, que corre calmo, mas constante, (com uma perenidade de nos parece dizer que sempre ali esteve, continuará a estar e que não mudará o seu rumo nem o seu carácter, por mais invernos que atravesse)!


Isto tudo para dizer que de facto, NÃO É MESMO a distância que temos de percorrer que importa, mas sim a forma como sorvemos vida dela... E as escolhas que fazemos... Porque às vezes um caminho maravilhoso está ali mesmo perto daquele fazemos diariamente, que é cinnzento, triste, monótono e oco... E basta sairmos da nossa rota egoísta para encontrar caminhos paralelos cheios de coisas boas!! E encontramos sempre razões para sorrir...