Tuesday, August 31, 2010

O relógio pouco passava das 9h na manhã de tons acinzentados em que o silêncio tomou conta de tudo o que estava ao meu redor. Era um daqueles silêncios que já não se fazia sentir há muito tempo. Havia o silêncio, apenas interrompido pelo leve bater do mar, nas rochas, ao longe, e eu. No entanto, apesar de toda esta mudança repentina nos ares da manhã, era apenas mais um dia normal, exceptuando o facto que as pessoas tinham já começado a voltar aos seus trabalhos. E eu permanecia no mesmo lugar, só, a preencher os lugares onde outrora estivera uma multidão.
Às vezes ouviam-se também as gaivotas, e por momentos deixei de acreditar que também eu pudesse estar ali, pois nem a minha respiração parecia ser suficiente para cortar o silêncio.

Tivera um pesadelo nessa noite, e os nervos de quem sabe que uma data importante se aproxima, mas que nem assim consegue sentir mais um pingo de motivação ou de força renovada acabavam por resultar numa frustração quase tão arrebatadora quanto o silêncio. Sentia-me a avançar para um período neurótico, sem saber como fazê-lo parar. Era como se existisse um abismo à minha frente e eu não tivesse como não avançar.
No dia seguinte começava Setembro, e com ele eu sabia que iria começar um countdown inconsciente, silencioso também ele, que se insinuaria cada vez mais como um tambor que aumenta o ritmo à medida que a música se desenvolve e ganha forma.

Eram tempos conturbados esses, dentro de mim. Porque lá fora, era o silêncio que era rei.

2 comments:

Anonymous said...

Amanhã deixa de ser Agosto... E passa a ser a doer : s

Bons estudos,
Luís

Soraiadodot said...

Pois é... =S
Cada dia que passa é um dia a menos para o grande dia...
Assustador...
Bom estudo e beijinhos*