Andava para aí há para cima de uns séculos, em matéria de tempo figurado claro está, para comprar uns óculos de sol. Mas não havia meio de me decidir, ai que gosto destes, mas depois deixam de ter graça e eu não vou continuar a gostar deles e ainda para mais custam para cima de um dinheirão bla bla bla whiskas saquetas ou gosto destes mas toda a gente tem uns parecidos e ai credo que até me dói o coração de dar tantos euros por uns óculos quando só os vou usar de vez em quando, quando o rei fizer anos, devido à minha pitosguice crónica que ainda para mais não tou para gastar mais 100 euros a pôr lentes graduadas, enfim, mas comprar uns óculos com lentes dos chineses tá fora de hipótese que isso só me ia servir para estragar ainda mais a vista etc etc, como dizia, andava eu neste vai não vai de indecisões que na maior parte do tempo até me tinha esquecido que queria uns óculos de sol, eis senão quando hoje numa incursão ao sótão da casa, à procura inespecificamente de alguma coisa que já nem sei precisar, quando abri uma gaveta e zás, dei com os olhos nos óculos do meu pai de há uns 15 anos atrás. Impecáveis, sem riscos ou rasuras (é óbvio que nisto não sou muito filha do meu pai). De maneiras que é assim, agarrei neles com carinho, trouxe-os comigo com um sorriso de grande satisfação nos lábios e olhar vitorioso enquanto pensei cá para mim que bom, acabei de poupar mais uns trocos, e ao mesmo tempo dei graças a deus por ter um sótão que mais parece um campo por onde passou uma manada de bois, mas no fim de contas, tanta tralha, tanta tralha sempre serve para qualquer coisa... Que se procurar bem o que preciso, encontro.
No comments:
Post a Comment