Volta não vira sou uma coração mole.
Dizem sempre que uma pessoa se habitua, que não pode levar os problemas do trabalho para casa. Mas acho que só não fica triste com determinadas coisas, quem não tem coração.
Há coisas que me revoltam também. E chateiam.
Gente que se encosta e exige da sociedade mundos e fundos. Não sabem agradecer as ajudas, mas pelo contrário só reclamam direitos, esquecendo que também têm deveres. Essas pessoas não me amolecem o coração, muito pelo contrário irritam-me.
Às vezes saio do trabalho com um sorriso de contentamento, mas mais são os dias em que saio desiludida com as pessoas, com a sociedade no geral e o nosso país em particular.
De quando em vez também acho que não facilita ser uma pessoa com as emoções à flor da pele, e fazer juízos de valor muito rápidos. Quando gosto, gosto mesmo. Mas quando não gosto, não gosto nada. E na maioria das vezes não dá para disfarçar. Chama-se a isto empatia e não é só na vida pessoal que existe. Por mais que queira não vou conseguir ter o trato para um doente alcoólico, coprolálico que deixou a mulher e os filhos igual ao de um velhote meigo com uma conversa lúcida e inteligente, que se preocupa que a sua velhota esteja sozinha em casa. Não me venham cá pedir para ser imparcial, porque não dá. Se ambos merecem ser bem tratados, não tenho dúvidas, é para isso que eu cá estou, mas qual eu teria mais contentamento de ver sair pelo próprio pé, disso também não tenho dúvidas. No entanto, também penso cá para mim, ao mesmo tempo, quem me julgo eu para julgar as pessoas desta maneira. Quem sou eu para achar que um é mais merecedor que outro. Não sou ninguém, mas como já disse, acho que isto é apenas uma questão de empatia (e talvez um bocadinho de juízo de valor, também), e a empatia não se explica, sente-se.
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