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Era daqueles filmes que eu sabia que queria mesmo ir ver, mesmo que tivesse um certo receio que fosse uma banhada. É que parecendo que não um filme mudo é sempre coisa para deixar uma pessoa algo apreensiva, tipo "vai dar para adormecer com a lentidão?", "vou conseguir perceber alguma coisa da história tendo em conta que eles não falam?" e "será que vou ficar maluca a ouvir os meus pensamentos a ressoarem dentro da cabeça?", mas não, apesar de ser cinema mudo, não é parado, nem é completamente mudo. Há sempre uma banda sonora, e apesar de não haver vocabulário há comunicação que se faz por outras vias. Por vezes apenas mímica facial e/ou corporal, mas outras vezes uns balõezinhos engraçados e esclarecedores em determinados pontos da história.
É sem dúvida um filme diferente, não sendo aqui a palavra diferente sinónimo para maçador ou chato, mas sim original.
Foi francamente bem mais interessante que estava à espera, uma revelação nada silenciosa daquilo que o cinema nos pode oferecer. Porque nem só de falas vive o homem. Às vezes a expressão é tão ou mais importante que a palavra.