Wednesday, June 19, 2013

“É um fenómeno curioso: O país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disto. Falta-lhe o romantismo cívico da agressão. Somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados.” Miguel Torga

Monday, June 17, 2013


Professores...

Tenho a melhor das memórias em relação a alguns dos professores com que me cruzei no meu percurso escolar desde a escola primária até à secundária. Como em tudo na vida, em todas as profissões e todos os locais do mundo, também conheci professores maus, com quem nada aprendi, e que me fazem questionar o que faziam eles a dar aulas numa escola. Mas felizmente esses últimos foram uma minoria, e que de certo modo também fizeram com que percebesse que nesta vida nada é linear, e nem todos os profissionais são bons, e existem obstáculos alheios à nossa própria acção e vontade que te(re)mos de ultrapassar. E faço aqui um parêntesis à minha experiência portuguesa, para relatar, para quem não sabe, que por exemplo no Brasil um dos maiores problemas e entraves ao crecimento económico e diminuição da pobreza é a falta de investimento do governo na educação pública (porque não há interesse em que as pessoas sejam cultas e sejam capazes de reivindicar direitos). Assim sendo, não podia estar mais solidária com a causa dos professores... Se acho que os alunos (infelizmente) vão sofrer com a greve? Isso é óbvio... Mas ninguém se lembrou deles quando se começou a cortar nos custos com os ordenados dos professores, a aumentar as turmas para ser possível despedir pessoas, nem outros quinhentos, para não falar da questão não monetária da coisa, que se prende com o respeito por uma das profissões mais importantes e mais difíceis... Professores desmotivados, revoltados, com turmas enormes entre outras condições de trabalho miseráveis... É isso que queremos no nosso país?