Wednesday, October 11, 2017

Mais de um livro por mês

Maio

Animal farm, George Orwell
A história é bastante linear, existe uma quinta que era gerida por humanos e depois de uma revolução passa a ser por animais.
Este livro é espetacular porque faz uma série de analogias brilhantes.
Apesar de relatar a postura e comportamentos dos animais as semelhanças com os humanos são grandes.
Acho que mais uma vez consegue ser uma sátira à governação e ao modo como os animais combativos se vão tornando "carneirinhos".
5 estrelas

Objeto quase, José Saramago
Este livro consiste numa compilação de pequenas crónicas.
A escrita é algo diferente do habitual de Saramago, provavelmente pelo fato das crónicas terem sido escritas nos primórdios da sua escrita.
3 estrelas

Junho

Foi um mês de encerrar capítulos, terminar livros começados e abandonados ou a meio desde há muito tempo.

A Casa Verde, Mario Vargas Llosa
Já tinha este livro há anos na prateleira, julgo que pouco depois dele ter ganho o Nobel.
Foi um livro que já tinha começado a ler - aí as primeiras 30 páginas, e deixei de parte.
Voltei a pegar na esperança que o livro fosse ficando mais fácil. A verdade é que não fica. Tem várias histórias a decorrer ao mesmo tempo, uma série de personagens que por vezes se intercruzam em tempos e locais diferentes, por isso mesmo nem sempre é fácil prosseguir a linha da história.
2 estrelas

Inteligência emocional, Daniel Goleman
Decidi comprar este livro porque tinha uma grande curiosidade neste tópico da inteligência emocional. No entanto, já tinha quase um ano de estar em leitura.
Talvez por não ser propriamente um livro de "histórias", aborda conceitos muito específicos e por isso mesmo é necessário estar no comprimento de onda certo para o ler.
Ajuda-nos a ter ideias sobre o funcionamento de nós mesmos e das diferentes interações em sociedade.
3 estrelas

Staring at the Sun - Overcoming the Terror of Death, Irvin Yalom
Decidi ler este livro a conselho de uma pessoa que admiro (de um ponto de vista profissional). No entanto à semelhança do anterior também aborda conceitos muito específicos para os quais é preciso estar inspirado. Pelo que devia estar em aberto há um ano e meio ou dois.
Acredito que nesta fase da minha vida não tenha tido o impacto esperado. Na verdade segundo o autor todos tememos de uma forma ou de outra a morte. Eu tenho uma série de medos e inquietações, mas este da morte não é assim tão premente. Talvez tenha de resolver os outros até chegar a esse, ou então à medida que avançar na idade e previsivelmente me aproxime (dentro do que é esperado pela lei da natureza) dela talvez seja diferente...
2 estrelas

Julho

Aqui e agora - Mindfulness, Vasco Gaspar
Ora aí está outro livro que já levava uns 2 anos de arranque inicial com uma paragem de mesmo muitos meses pelo meio.
Mais uma vez para ler o livro e fazer o que é proposto - 8 semanas de mindfulness é preciso tempo, motivação e acima de tudo necessidade.
Numa altura em que o stress atacou vi-me obrigada a recorrer aos vários meios para melhorar a convivência com ele, por isso deitei mãos à leitura.
A leitura é muito fácil e solta, os exercícios se se seguir a rotina também. Para quem já sabe qualquer coisa de meditação ou mindfulness pode parecer um pouco básico, mas também é bom voltar ao início.
3 estrelas

A ignorância do sangue, Robert Wilson
Parece que terminaram os livros por terminar, passo a redundância.
Este livro também já o tinha comprado há anos, gostei muito do "Último Acto em Lisboa" e "O Cego de Sevilha" do mesmo autor, mas o fato de ser um livro bem volumoso deixava-me sempre a pensar que se calhar não ia conseguir terminá-lo.
Não é muito diferente dos anteriores, ou seja o estilo de escrita está lá. É um policial com várias linhas de acontecimentos e investigação e que prende à medida que se vai desenrolando.
4 estrelas

Agosto

Entre os assassinatos, Araving Adiga
Comprei o livro na última ida à fnac, era portanto um livro acabadinho de aterrar à estante.
Comprei por ter adorado "O Tigre Branco" do mesmo autor e que já li há bastante tempo.
Ao contrário do anterior que segue apenas uma linha de história este é a junção da narrativa de vários "contos" que no entanto retratam o quotidiano da Índia com tudo o que existe de bom e de mau, focando claro está mais no mau, pois aborda a questão da injustiça das castas, da segregação que ocorre em face da religião a que cada um pertence, da dificuldades da classe pobre, por aí. Muito vivido, impressionante e acredito que real claro está. Gostei muito da narrativa e dos contos.
5 estrelas

Be Loved, Toni Morrison
Outro livro que estava na estante há vários anos, foi uma daquelas ofertas em jornais, o papel é daqueles grossos, a capa é feia e pouco apelativa por causa disso é que há-de ter ficado sempre para último.
Aborda também um tema que não é fácil deglutir -  a escravatura, que tem tanto de real como de triste, moralmente reprovável, vergonhoso, enfim um sem-fim de adjetivos pouco simpáticos.
As primeiras páginas do livro não são fáceis pois pegam numa série de nomes e lugares e a pessoa não percebe nada. Parece que começa a meio, mas em resistindo a essas primeiras dificuldades narrativas, a história vai sendo naturalmente descrita. De forma brutal por vezes, mas infelizmente também real e é importante que não nos esqueçamos deste período triste da nossa história mundial.
4 estrelas

Saturday, April 29, 2017

Chévere

Claro que não existem gostos absolutos nem é um fato que aquilo que eu gosto os outros também são obrigados a gostar, que gostos não se discutem, mas dos restaurantes do dia-a-dia que fui e gostei bastante destaco o Chévere, que fica na Avenida 5 de Outubro praticamente no cruzamento com a Duque de Ávila, por trás da Telepizza (os senhores das entregas saem lá ao lado).

Existem pratos maiores e pratos mais pequenos, mas do meu ponto de vista o que fica interessante é a partilha dos vários pratos. Dos que mais gosto destaco as "ribs a saltar do osso" e os "ovos do bosque".

Existe uma parte exterior que forma um jardim no meio dos prédios, que ao contrário do que seria supor é agradável, no entanto aqui existe um pequeno defeito (para pessoas que não gostam de comer com pessoas a fumarem por perto, como é o meu caso) é que se pode fumar.

A carta de vinhos é bastante vasta e todos os que provei eram bastante bons. Tem também gins de várias formas e feitios.

A comida tem bastante qualidade e o preço é razoável, um casal que beba vinho pagará entre os 35 e os 40 euros. Começa a ser difícil encontrar em Lisboa sítios com estes valores.

"Fun fact" a primeira vez que lá fui tudo o que pode acontecer de mal aconteceu, desde servirem-nos o vinho quente, nunca mais trazerem uma manga, ficarmos um século à espera para pedir, o café ter acabado a meio da noite, bom uma coisa tão terrível que já sorríamos a cada peripécia em modo cúmplice com as mesas do lado. Mas percebemos que ainda se estavam a organizar e que aquilo tinha potencial. E tinha, depois dessa vez o serviço tem sido irrepreensível.

De 0 a 5 daria a pontuação de 4.

#restaurantesbonsemLisboa
#infelizmentenãomepagamparafalarbem

1 livro por mês

Antes de mais, eu tenho um problema, vou a uma feira do livro, por exemplo, e compro 3 ou 4 livros que tenho sempre esperança de ler logo-logo. Infelizmente um sem-fim de tarefas vai-se interpondo no dia-a-dia e a literatura fica para o fim. Como melhores dias (em termos de tempo) nunca virão, já me apercebi disso, tenho feito um esforço por tornar uma rotina a leitura antes de deitar, mesmo que durante a semana sejam só meia dúzia de páginas. Diminuí um pouco a quantidade de TV, que no meu caso não foi grande sacrifício, e decidi pôr a leitura o mais em dia possível. Resta dizer que tenho na prateleira "da espera" mais de 10 livros ainda, a maioria em português, 2 em italiano e 1 em inglês. Um dos livros em italiano "Il nome della rosa" está comprado há mais de 10 anos. Na verdade eu achava que era uma boa ideia comprar livros italianos quando andava a aprender a língua, e só depois de o comprar me disseram que é um livro extremamente complexo em português, quanto mais em italiano portanto, mas um dia perco o medo e começo a desbravá-lo!

Janeiro
- a máquina de fazer espanhóis, valter hugo mãe
Há já algum tempo que queria ler algo deste autor. E já tinha este livro em casa desde uma feira do livro de há 2 ou 3 anos, mas ainda não tinha surgido a oportunidade. Consigo perceber que exista quem considere a escrita ao estilo Saramago. Pouca pontuação. Este livro especificamente é sobre a terceira idade, sobre a perda dos entes queridos, das capacidades físicas e das mentais. O autor explica que é um tributo ao seu pai, que não teve tempo de envelhecer. Muito bonito, mas não é levezinho.
5 estrelas

Fevereiro
- 1984, George Orwell
Queria muito ler este livro e foi o R que me ofereceu no dia dos namorados, presente melhor escolhido não podia haver. Um livro que foi publicado em 1949, mas que se aplica aos dias de hoje. Ao risco de nos toldarem e influenciarem de tal forma os comportamentos que deixamos de saber o que é o normal. A regra levada ao extremo que nos faz perder a empatia entre pessoas, que faz com que percamos aquilo que nos torna humanos. É um livro impressionante pela intemporalidade que representa.
5 estrelas

Março
- Os transparentes, Ondjaki
Este livro se não estou em erro tinha oferecido à minha mana em vésperas da sua viagem a Angola. Ela gostou tanto que mo emprestou para eu ler, mas verdade seja dita estava arrumado também há um ano ou 2 à espera de tempo para ser lido. O livro descreve uma série de vidas que se intercruzam na cidade de Luanda. Adorei o livro, é muito sensorial, transporta-nos para a realidade que o autor descreve de forma exímia, descreve as situações com uma crueza que impressiona. Encontrei semelhanças com o anterior pois ainda que de forma amena, de certa forma ironiza o estado totalitário...
5 estrelas

Abril

Com os seus 2 fins-de-semana prolongados Abril teve direito não apenas a um, mas a dois livros!

- Barroco tropical, José Eduardo Agualusa
Mais um livro que tinha na prateleira há uns 3 ou 4 anos. Optei por escolher este depois do anterior pois tem como pano de fundo a mesma cidade, Luanda. Mais uma vez uma série de histórias, algumas principais, outras secundárias que mais cedo ou mais tarde se intercruzam. Entusiasmante pois queremos sempre saber mais e por isso muito fácil de ler.
5 estrelas

- Todos os nomes, José Saramago
Já não me lembro onde comprei este, mas terá sido concerteza há muito tempo, talvez tenha sido o que comprei quando fui à Fundação José Saramago, eu que fã me confesso. Apesar de tudo foi o livro de José Saramago que me encantou menos até hoje. Foca-se na cruzada de um funcionário da Conservatória em tudo cumpridor até à altura em que passa por uma série de peripécias enquanto tenta encontrar uma mulher desconhecida. Tem algumas ideias interessantes ao estilo Saramago, mas a sensação que fiquei foi que durante muito tempo não se passou nada.
3 estrelas

Tuesday, February 7, 2017

Os livros de 2016

O início do ano foi dedicado a outros tipos de leituras, mas de Abril a Dezembro aqui vão os livros que li: __________________________________________________________________________________ Ser mortal, Atul Gawande - O primeiro que li de Atul Gawande, aconselhado por amigas e colegas de trabalho. Tem a ver com o envelhecimento, a adaptação às novas (e muitas) limitações do fim da vida, e a forma como encaramos a finitude. Tem muito a ver com os meus interesses laborais e pessoais, por isso adorei! ::: 5 estrelas __________________________________________________________________________________ Dentro do segredo, José Luís Peixoto - Há muito tempo que andava para ler algo deste autor, mas ainda não tinha surgido a oportunidade. Este livro foi um presente da minha irmã e veio mesmo a calhar! Adorei o tópico da aventura (viagem à Coreia do Norte), gostei muito da narrativa, de tudo no geral! ::: 5 estrelas ___________________________________________________________________________________ A mão que nos opera, Atul Gawande - Decidi ler este depois de ler o Ser Mortal, é um pouco mais específico, aborda a forma como aprendemos, o erro médico, entre outros, por isso julgo que nem todos terão interesse nele. ::: 3 estrelas __________________________________________________________________________________ Harry Potter and the Cursed Child, J. K. Rowling - Fui uma daquelas que foi a correr comprar o último livro da saga, que o leu em Inglês (dos primeiros livros que li noutra língua), corria o Verão de 2007. Por isso claro que também não ia esperar pela tradução para ter este "glimpse" Harrypotteriano. Ainda antes de lhe pegar uma amiga também fanática advertiu-me que era bastante distinto dos outros, e é. Não estava à espera que fosse uma peça de teatro, o que é já de si diferente, mas as personagens às quais estava habituada também acabam por ganhar um papel mais secundário. Não posso dizer que foi mau, mas a expectativa de novas aventuras com Harry, Ron e Hermione acabam por influenciar sempre a falta de sofreguidão na sua leitura. ::: 3 estrelas __________________________________________________________________________________ Desejo incontrolável, Maria Vernes O fato de conhecer a autora e ter um livro assinado e com dedicatória fez também a diferença. Trata de um romance com personagens enigmáticas acerca da descoberta do amor e aborda temáticas pouco exploradas como amar várias pessoas ao mesmo tempo. ::: 4 estrelas __________________________________________________________________________________ Mi buenos aires querido, Eduardo Schoo - Antes de mais decidi comprar este livro porque nunca tive grande entusiasmo pela cidade de Buenos Aires (BA). Planeava uma viagem por BA e Patagónia e fui à livraria "Palavra de Viajante" ver o que havia para me ir preparando. Como existia um sobre BA não pensei muito mais. Mas infelizmente o livro não me entusiasmou por aí além. Trata-se  de um livro da autoria de um escritor Buenos-Airense, em fim de vida que passeia pela sua cidade e realça as caraterísticas dos vários edifícios emblemáticos, no entanto tudo corre num ritmo muito vagaroso e as várias recordações são colocadas na escrita de uma forma muito melancólica. :::2 estrelas __________________________________________________________________________________ Para lá da Terra do Fogo, Eduardo Belgrano Rawson - À semelhança do anterior foi comprado na livraria "Palavra de Viajante" também na preparação da referida viagem. Não descreve tanto lugares, trata-se de um conto, que podemos acreditar tenha algum fundo histórico, uma vez que aborda a tentativa de evangelização da igreja para com os nativos.  Em alguns momentos aborda costumes e tradições, mas não está isento de relatos fortes e impressionantes que de certa forma nos fazem questionar a história... :::3 estrelas __________________________________________________________________________________ Pegadas de Fogo, Frederico Ezequiel Gargiulo - Este livro foi comprado em Ushuaia, na Argentina, quando já comecava a prever que a literatura que levava comigo ia em algum ponto escassear. Teria adorado ainda mais este livro se não tivesse comprado uma versão traduzida para o brasileiro, mas com uma tradução mesmo muito fracota. Relata a jornada de 3 amigos que vão explorar uma das porções da Terra do Fogo mais recôndita e inóspita, onde não há estradas, pessoas quase nenhumas, mas natureza de perder a vista. Muito lindo e com muito significado principalmente para quem teve oportunidade de ver alguns dos espaços descritos inicialmente. ::: 5 estrelas