Tuesday, March 22, 2011

Várias pessoas têm-me dito ou insinuado mais ou menos discretamente durante a última semana que sou forreta.
Eu nunca tinha pensado nisso, mas acho que vou começar a acreditar.

Monday, March 21, 2011

Coisas de trabalho...

Volta não vira sou uma coração mole.
Dizem sempre que uma pessoa se habitua, que não pode levar os problemas do trabalho para casa. Mas acho que só não fica triste com determinadas coisas, quem não tem coração.

Há coisas que me revoltam também. E chateiam.
Gente que se encosta e exige da sociedade mundos e fundos. Não sabem agradecer as ajudas, mas pelo contrário só reclamam direitos, esquecendo que também têm deveres. Essas pessoas não me amolecem o coração, muito pelo contrário irritam-me.

Às vezes saio do trabalho com um sorriso de contentamento, mas mais são os dias em que saio desiludida com as pessoas, com a sociedade no geral e o nosso país em particular.

De quando em vez também acho que não facilita ser uma pessoa com as emoções à flor da pele, e fazer juízos de valor muito rápidos. Quando gosto, gosto mesmo. Mas quando não gosto, não gosto nada. E na maioria das vezes não dá para disfarçar. Chama-se a isto empatia e não é só na vida pessoal que existe. Por mais que queira não vou conseguir ter o trato para um doente alcoólico, coprolálico que deixou a mulher e os filhos igual ao de um velhote meigo com uma conversa lúcida e inteligente, que se preocupa que a sua velhota esteja sozinha em casa. Não me venham cá pedir para ser imparcial, porque não dá. Se ambos merecem ser bem tratados, não tenho dúvidas, é para isso que eu cá estou, mas qual eu teria mais contentamento de ver sair pelo próprio pé, disso também não tenho dúvidas. No entanto, também penso cá para mim, ao mesmo tempo, quem me julgo eu para julgar as pessoas desta maneira. Quem sou eu para achar que um é mais merecedor que outro. Não sou ninguém, mas como já disse, acho que isto é apenas uma questão de empatia (e talvez um bocadinho de juízo de valor, também), e a empatia não se explica, sente-se.

Thursday, March 17, 2011


"I tried taking pictures, but they were so mediocre. I guess every girl goes through a photography phase. You know, horses... taking pictures of your feet."

Charlotte in Lost in Translation
"Hello, stranger!"

Uma vez, no Verão, quando era ainda uma jovem piquena inconsequente, mas não tão pequena assim para não saber o que andava a fazer, fui a um centro comercial com a famelga depois da praia, provavelmente porque era preciso ir ao supermercado, e concomitantemente estava a haver uma feirinha com coisas daquelas assim género étnico que eu adoro (apetece-me sempre comprar tudo, mesmo que não precise de nada) e lembro-me que vi um candeeiro que gostei muito, e como estava sozinha, enfezadinha, com roupa da praia, cabelo salgado e etc etc, quando perguntei ao senhor quanto custava ele respondeu-me:
- "É muito caro..."
Ainda hoje, principalmente quando entro numa loja mais chique e se estiver menos arranjada, que é como quem diz com uma roupa mais descontraída, um téni e uma cara deslavada de um dia de trabalho, sinto volta e meia um certo olhar que classifico algures entre a má vontade e a simpatia farçola das lojistas, que por sua vez estão 1000 x mais arranjadas que eu: muito maquilhadas, gânfias de gel bem afiadas, perfumadas e outfit bem engomado.
Confesso que não gosto muito das lojas em que entro e vão logo atrás de mim:
-"Precisa de ajuda?"
Eu gosto de andar à minha vontade, a ver e a tocar no que bem entender sem controlo policial atrás, é por isso que gosto das lojas grandes e impessoais como as grandes cadeias (shame on me). Ou isso ou o comércio tradicional, daquelas coisas que são feitas pelas próprias mãos, disso eu também gosto, como já disse atrás tenho vontade de comprar tudo. Mas adiante, claro que isto das grandes cadeias depois tem o reverso da medalha que é nomeadamente quando não acho peças com o meu número ir perguntar se "Tem mais pequeno?" e já saber que a resposta será INVARIAVELMENTE "Só temos o que está exposto." (Ás vezes ainda me questiono "Mas porque raio ainda me dou ao trabalho se já sei a resposta?!"). Excepto a Zara, na Zara já me foram buscar coisas ao armazém sem estrebucharem.

Tudo isto para dizer que não é preciso ser prostituta para uma pessoa às vezes sentir-se indesejada, é que há algumas lojistas que são tão prestáveis que mais parece que estão em permanente frete, outras que acham que olhando para ti sabem se tens ou não dinheiro para comprar o que andam a vender, outras que decididamente não nasceram para aquilo.

Tuesday, March 15, 2011

Eu graças a deus não preciso do amigo socas para me dizer se o país está bem ou mal, se há crise ou não há.
Porque a crise vê-se (para quem tenha olhos na cara e a queira ver, claro) nas pequenas (ou serão antes, grandes) coisas como sair de casa às 8h20 num dia de greve de metro a arriscar-me a demorar 2h a chegar ao meu destino como em tempos que já lá vão e hoje ter demorado mais uns 20 min que o normal, apenas.
E vê-se também na fila das bombas de gasolina low cost como a do jumbo, onde orgulhosamente abasteço há mais de 2 anos... Porque não estou para alimentar chularia GALPiana, menos ainda pagar a atrasados mentais que deixam derramar petróleo da sua plataforma durante semanas a fio, por causa de uma manutenção deficiente de modo a aumentar ainda mais os lucros... A essas gasolineiras desejo-lhes a morte lenta é o que é... Como ia dizendo, antes quando ia ao Jumbo tinha sempre 2-3 carros à minha frente... Agora tenho assim por alto cerca de 10... Coisa pouca...
Ah e já está decidido, por mais que adore o Fiat 500, no dia que o meu xuxu for desta para melhor, que espero que seja apenas daqui a longos e bons anos, não volto a comprar um carro que consuma combustíveis fósseis, pelo menos que não consuma só combustíveis fósseis...

Sunday, March 13, 2011

Assim de repente, apetece-me tanto ir trabalhar como ir para a horta cavar batatas em dias de trovoada... Principalmente agora que sei que por 12h de trabalho num Domingo vou ganhar assim mais coisa menos coisa que o dinheiro suficiente para pagar o almoço e o jantar na cantina e já vou com sorte, convém é não aumentarem entretanto os preços da cantina e os descontos sobre os ordenados... Resumindo, é assim, vou sair do conforto do meu lar, num domingo óptimo para ver filmes e/ou namorar e/ou não fazer nada que também preciso para ir trabalhar para aquecer.
Adoro... Só é pena é que em casa tenho ar condicionado para ficar quente sem precisar de dar à manivela ou maçar a cabeça para o pôr em funcionamento...
Única coisa positiva, poupo na luz em casa...

Saturday, March 12, 2011

Se eu podia viver sem o Sócrates?
Podia, mas não era a mesma coisa...
Sempre há esperança que podia ser melhor!!

Champalimaud Centre for the Unknown

Bom saber que ainda há(via) gente boa.
O meu problema é precisar de muitas horas bem dormidas para ficar uma mocinha com a cabeça mais ou menos pensadeira...
Dormir ocupa muito tempo e já se sabe que quem muito dorme pouco aprende...

É isso e trabalhar ao fim-de-semana, isso também é um problema... E trabalhar 50h por semana sem ganhar um tostão por horas extraordinárias, nem sequer um 'obrigada'... E gastar 63 euros para encher um depósito que outrora enchia com 40... E estarem a pensar trocarem-me o subsídio de Natal por títulos do tesouro... Pensando bem precisar de dormir uma noite bem dormida não é um problema.
Tendo em conta a seguinte amostra: 20 meninas/senhoras que frequentam as aulas de ballet 18+ iniciação eu sou ALTA. É assim minha gente, do alto do meu metro e sessenta e três nunca pensei tal coisa.... O que é facto é que só uma francesa que lá anda é que é mais alta que eu... Portanto, de maneiras que é assim, se formos a restringir a amostra a: meninas/senhoras que frequentam as aulas ballet 18+ iniciação de nacionalidade portuguesa eu sou a mais alta.
Agora que tinha achado a minha cabeleireira-metade, que conheci há cerca de um ano e já fazia tudo como eu gosto... Da última vez inclusivamente saí de lá como se tivesse lavado a cabeça em casa, com a única excepção de já não ter pontas espigadas... Sim porque:
1. Detesto cabelos armados - gosto de sair do cabeleireiro como se tivesse acabado de sair de casa e tivesse arranjado o cabelo à minha maneira (que é como quem diz, não o tivesse arranjado);
e
2. Não há coisa que mais odeie que dizer para me cortarem as pontas e sair com o cabelo pla metade.

Em suma, depois de anos de sofrimento, em que inclusivamente cheguei a obrigar a minha mãe a cortar-me o cabelo porque já não tinha paciência, arranjei uma cabeleireira que percebe que eu gosto do meu cabelo mais curto à frente sem ser franja porque aí ele tem tendência para ficar mais liso e depois subsequentemente ficar com um ar deslavado, que percebeu que eu não gosto cá de cortes radicais e de invenções, e melhor!! que me levava a módica quantia de 9,5€!!!! (Sim, porque no Facto, esse cabeleireiro chique do bairro alto, pagava mais de 30 e saia de lá sempre com uma cara de cu do género "quando é que chego a casa para lavar a cabeça, mesmo?") eis que ela decide arrumar as tesouras e ir trabalhar de relações públicas não sei pádonde...

Thursday, March 10, 2011

É de mim ou o termo "cavitação" usado na gíria da estética traz mesmo à ideia imagens grotescas e horripilantes de coxas e abdómens com crateras abertas, ao contrário da ideia que se pretende passar que é um procedimento não invasivo?

Tuesday, March 8, 2011

Coisas que eu rabisquei enquanto estava na Índia parte I: A minha vida dava um filme indiano...

@ Agra (Taj Mahal) - Dezembro 2010

Acho que ninguém está suficientemente mentalizado para a Índia real... O choque quando se chega é enorme. Milhares de pessoas nas ruas, em movimento, de um lado para o outro, numa azáfama constante, a venderem coisas (ou "impingirem"), a tentarem ajudar (ou "intrujar") e um outro milhar delas sem fazer absolutamente nada.

Das primeiras coisas que constatei foi que quem diz que os italianos são loucos a conduzir só pode dizê-lo tendo em conta a amostra europeia, ou coisa que o valha, uma coisa é certa: não foi à Índia.
Apitadela para aqui, buzinadela para ali, encosto deste lado e batidela do outro, mas o que interessa mesmo é que se avance, seja como for. Na estrada eles são tuctucs, carros (não muitos), motas (com uma, duas, três, quatro pessoas ou o que se conseguir lá pendurar), homens e mulheres a pé, cães (sarnosos), vacas (bastantes), camelos (volta e meia) e elefantes (alguns).
Mas no final, o que também surpreende quem acabou de chegar, no meio deste caos, é a organização. Caos organizado, parece uma antítese, mas talvez seja apenas mais uma das antíteses indianas.
Simpatia -Intrujice
Cor - Sujidade
Movimento - Olhar mortiço
Riqueza ostensiva - Pobreza extrema
Entre tanta coisa que poderia enumerar...

De seguida, há o choque do intruja que existe dentro de cada indiano, ou então apenas uma maneira de sobreviver naquela sociedade bem louca, e tão diferente daquela em que vivemos. Em todo o lado é aquela sensação de estarmos a fazer parte de um qualquer esquema para nos conseguirem dissimuladamente enganar e sacar-nos mais algum dinheiro.

Outra coisa bastante curiosa é a actividade a que muitos indianos dedicavam muito do seu tempo: a observação. Já tinha lido algures em guias ou assim, que os turistas eram ser estranhos para eles. Mas foi deveras interessante perceber o quanto a nossa presença causava estranheza e desencadeava essa actividade tão banal: a observação, no entanto, sem qualquer tipo de subtileza ou parcimónia.

O Carnavau

Custa-me a entender a maioria dos motivos que levam as pessoas a não gostar do Carnaval, eu cá gosto... Bastante... E sou uma entusiasta convicta!!

É óbvio que eu não acho graça nenhuma àqueles carnavais tipo o de Sesimbra, e muitos por esse Portugal fora, que tentam mimetizar a festa brasileira... Não entendo como é que alguém pode achar graça a:

1 - Fazer figuras ridículas porque pratiquem o que praticarem o samba não corre nas veias portuguesas e a única coisa que conseguem é parecerem focas a abanarem-se...
2 - Não sou fundamentalista da dieta e do ginásio todos os dias, mas não percebo como é que alguém com banha que dá para fazer meia dúzia de toucinhos e uma dúzia de torresmos tem lata para se pôr ali a abanar a banhoca. Uma coisa é não ser complexada, outra é não ter noção do ridículo/não ter espelhos em casa.
3 - Então com o frio e a chuva que está põe-se no meio da RUA a desfilar com uns trajes que no nosso país só mesmo no verão e mesmo assim vai lá vai, que mesmo aí volta e meia corre uma brisa manhosa?

Em suma, eu gosto de me disfarçar com os meus amigos, gosto do brainstorming em busca do disfarce, dos trabalhos manuais e/ou da busca das matérias-primas, gosto dos jantares e do convívio, das pinturas e do riso uns com uns outros. Gosto de ver as matrafonas e ficar a questionar-me o porquê do fascínio dos homens. Gosto de ver a originalidade, os pormenores.
Mas acima de tudo acho que é uma óptima desculpa para estar com os amigos, em ambiente descontraído e divertido...

Por isso malta, deixem esse fácies carrancudo de "Eu cá não acho graça nenhuma ao Carnaval...", se não gostam é porque não experimentaram, quem não gosta de brincar e de pregar partidas?! ;)

Monday, March 7, 2011

A sorte é que tenho muito apetite, mas tenho uma preguiça ainda maior...
Desde que cheguei a casa que estou para aqui a pensar, hmmm apetecia-me tanto uma delícia de chocolate, ou umas panquecas com mel, ou quiçá uma mousse de chocolate.... Mas como isso implica ir cozinhar vou ficando aqui com água na boca até que a gula passe...

Saturday, March 5, 2011

Tendo em conta que esta noite é suposto mascarar-me de personagem de cinema e ainda não encontrei nada de jeito para me mascarar será que posso ir de homem transparente? Não havia um filme que tinha esse nome?Se não me engano até tinha o Kevin Bacon no papel principal...