Wednesday, March 12, 2014
Apesar da grande expectativa não achei que fosse um dos filmes do ano, nem pouco mais ou menos.
Claro que é difícil separar o filme do argumento e não posso negar que o argumento, desde o início, não me entusiasmou… Um tipo apaixonar-se por um sistema operativo parece-me demasiado estranho… Na prática, isto é, enquanto decorre o filme, houve até momentos em que me consegui abstrair desse facto, mas nunca me abstraí da necessidade egocêntrica que cada um tem de ser ouvido e compreendido… Razão que faz muitas relações (reais?) não resultarem. Isto é, quem não quer ser ouvido e compreendido? Quem está disponível para ouvir e compreender?
A Samantha aparece como uma voz que escuta, que está sempre presente (e que se cala quando se desliga o telefone), que é compreensiva, que não se queixa, que não exige atenção e que não se esgota… Mas até a Samantha quando começa a “crescer” percebe que tem outras necessidades… A Samantha apresenta-se inicialmente quase como um segundo eu, uma máquina que responde àquilo que eu quero, tornando a “relação” em algo muito unilateral, pouco palpável, pouco “real”.
Dentro do surrealismo que emana do filme, acaba por ser fofinho, tem imagens muito bonitas, gosto do estilo “totó-retro” do actor principal, adorei a banda sonora, mas o argumento, perdoai-me, não fascinou.
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