Sunday, July 6, 2014

Ambivalência

Penso em como seria mudar de vida, de país. Não é que eu não goste do que faço ou da cidade onde vivo. Porque adoro ambos. A minha inquietação é a falta de esperança que as coisas mudem, que a economia melhore. Mas acontece que estas questões são interrompidas por fins-de-semana ao ar livre, com sol, calor e mar que logo me fazem pensar o quão bom é viver aqui. Por outro lado, às vezes intercalo estes momentos pensando que as coisas não estão fáceis na minha profissão, dentro deste país. E depois mais uma vez saio à rua e passeio à beira do rio pensando na sorte que tenho. E quando ando pela cidade sem medos ou preocupações observando o que me rodeia? As novidades em cada esquina, a cidade e as ruas cada vez mais multiculturais, tanto, mas tanto me aprazem essas coisas... E depois a angústia de novo, de pensar que daqui a 10 anos em termos profissionais pouco diferente as coisas hão-de estar. E ideias, ideias de partir, de aventura, de uma coisa completamente diferente. E depois o sorriso das pessoas e um dia que corre bem e que acaba com alguém a dizer-me que sentiu desde logo empatia comigo, que isso nao se consegue com todas as pessoas, que vai passar a ter mais cuidados com a sua saúde porque eu fui capaz de passar a mensagem de uma forma que lhe fez sentido. E aqueles dias em que, por outro lado, as pessoas reclamam de coisas que não fazem sentido, o que me aborrece, porque afinal trabalho todos os dias para que as coisas corram bem e nem sempre o reconhecimento surge. Oh mudar, e mudar para quê e para onde se nesta cidade sempre se vê o sol e o azul do rio e se nesta profissão sempre se cativam sorrisos e coisas boas.

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