Saturday, April 5, 2008

Mariza - Chuva

As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir

São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder

Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera

Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade

Thursday, April 3, 2008

Aliteração

Sara, sardenta, saiu num desses serões de setembro de saia. Sensata, segurou o sobretudo, sem intenções de passar frio. Seguiu sem saber para onde, pela segunda circular, no seu seat. Decidiu ir a sintra, comer um travesseiro... Encontrou o Samuel, por acaso, seu amigo de sempre, e decidiram sentar-se num sítio tranquilo para sentirem essa brisa suave que se insinuava, serena, sem intenção e sem pressão, para lembrar que o fim do verão estava a acontecer!
Sempre gostaram de ficar assim, sossegados, sem destino, apenas o sentimento dos segundos velozes a passar por eles. O pensar em tudo, o trespassar das suas vidas diante dos seus olhos, e a certeza de estarem onde deviam estar.
A Sara despediu-se do Samuel e voltou a sentar-se no seu seat a caminho de casa.
Afinal, estava segura da decisão que se seguia.

Saturday, March 29, 2008

Viagens I


Numa mala grande ou em várias pequenas, numa mala robusta ou numa mais frágil, numa de marca ou numa comprada ali no mercado da esquina, numa mala pequena ou num daqueles baús sem fundo...

Alguma (quantas) mala(s) será(ão) preciso(as) para trazer lá dentro tudo o que é importante?

Saturday, March 15, 2008


"I need to know that it's possible that two people can stay happy together forever."

Juno MacGuff in Juno

Wednesday, March 12, 2008

Estavamos 5 à conversa...
E quando cheguei a casa, pensei nisto...
Eramos 5, e todos de nacionalidades diferentes...

Um búlgaro...

Uma mexicana...

Um esloveno...

Uma portuguesa...

E uma inglesa...

E estávamos ali, em Itália, à conversa, uma daquelas banais que se tem com os amigos do costume no café...

Friday, March 7, 2008

"I read once about a woman whose secret fantasy was to have an affair with an artist. She thought he would really see her. He would see every curve, every line, every indentation and love them because they were part of the beauty that made her unique. "
Ben Willis in Cashback

pickpocket


Pois bem, já tinha ouvido falar deles... Mas ver, de verdade, nunca tinha visto!!
Se calhar até já tinha presenciado, mas como é suposto o acto bem feito ser silencioso e disfarçado, nunca me tinha apercebido de nenhum... Se calhar desta vez estava na presença de um principiante, mal ensinado, inexperiente, que deu nas vistas e pimbas, foi canado!!

A cena foi ao início hilariante, porque a senhora que estava (mesmo) ao meu lado começou a gritar disparates, a contorcer-se e a bambolear-se para o meu lado, e eu a pensar 'ai jasus que lhe está a dar uma coisinha má, e agora que é que eu faço?', mas de repente começou a gritar coisas perceptíveis 'NÃO VOLTE A FAZER ISSO, A ENFIAR A SUA MÃO NA MINHA MALA!!!!', e eu com isto pensei 'oh lá, queres ver que aquele zé estava a tentar roubar a senhora?' , olho para ele, bem vestido, mas com ar de imigrante do leste(é verdade, com isto não quero dizer que todos os imigrantes do leste sejam mafiosos ou que todos estejam aqui pa roubar o pessoal no autocarro, há gente trabalhadora e honesta...Mas já se sabe que alguns fluxos de imigração favorecem certos actos de criminalidade)!

E nisto, nesta gritaria, o senhor que era ladrão, mas que jeito para mentir tinha tanto como eu, fez a cara mais pseudo-desinteressada-género-a-mulher-está-maluca-porque-eu-cá-estou-inocente, mas nem com muito esforço ele conseguia convencer alguém da sua inocência... E um rapaz que estava ao meu lado levantou a voz, e disse rapidamente que a senhora estava a falar verdade, que ele tinha visto o senhor com a mão na mala da senhora...

Vai daí que o ladrão mal-sucedido, saiu "disfarçadamente" na paragem de seguida... E cá para mim era bem feito era ir lá dentro um matulão, que lhe desse um soco na cara, e lhe torcesse a mão para não voltar a fazer o mesmo!! (atitudes radicais é o que se quer, pareço de extrema direita assim de repente, kaka)
A vítima para variar era aquele alvo "fácil", uma senhora com os seus sessentas e tais anos, já reformada, só que ele teve "o azar" que o raio da senhora estava atenta e tinha genica para ainda estar para ali a contorcer-se! Eu não teria dado por nada, e tudo aquilo....mesmo ao meu lado! =S

Thursday, March 6, 2008


' They say right when they flood the house and they tear it to shreds that... destruction is a form of creation, so the fact that they burn the money is ironic. They just want to see what happens when they tear the world apart. They want to change things. '
Donnie in Donnie Darko

Tuesday, March 4, 2008

consulta de pneumologia




Doente - (fazendo aqueles ruídos típicos -irhhhhherhhhhhhhhh-irhhhhhhhhherhhhhhh -, de quem parece que vai cair po lado, sem respirar, a qualquer momento) 'Ai senhora doutora mal consigo respirar'
Médica - 'Hmm... Então e tem fumado?'
Doente - 'Errr...por acaso hoje de manhã fumei bastante!'

Sunday, March 2, 2008


Será que no geral as mulheres se dividem em dois grupos consoante a sua brincadeira preferida de infância?





- aquelas que gostavam mais de brincar ás barbies...





- ou aquelas que gostavam mais de brincar aos nenucos...

Saturday, March 1, 2008




How do you say goodbye to someone you can't imagine living without? I didn't say goodbye.



Elizabeth in My Blueberry Nights

Tuesday, February 19, 2008

eternal sunshine of the spotless mind




" I could die right now, Clem. I'm just... happy. I've never felt that before. I'm just exactly where I want to be. "
Joel in eternal sunshine of the spotless mind