Sunday, March 14, 2010

Back from London...

Não sei o que me irrita mais, se um emigrante que diz mal da sua terra natal ou se um emigrante que diz mal do sítio para onde emigrou...

Hoje para irmos para o aeroporto chamámos uma empresa que efectua uma espécie de serviço de táxi de longa distância. E o condutor, coincidência das coincidências era um belo de um 'tuga'. De modo que existiu bastante interacção ao longo da (demorada) viagem. A dada altura o senhor começa a dizer que Portugal em termos de qualidade de vida era muito melhor (porque dinheiro não era tudo), e porque lá havia bom tempo e em Londres é só 'mau tempo e traffic' (sic).
Pois tá bem abelha...
E depois disse que o que era bom em Londres era que havia trabalho, e em Portugal não.
Pois claro em Portugal há falta de emprego, mas falta de trabalho não me parece. Pode haver falta de trabalho para a mão-de-obra qualificada, que é como quem diz recém-licenciados, mas nunca ouvi que havia falta de trabalho para taxista, ou para trabalhos pesados ou para estar no café ou nas lojas.
Mas aposto que se convidassem o senhor para fazer o que faz em Portugal ele ia dizer que não.
Mais, dizia ele que os emigrantes em Londres é que trabalham em cafés, supermercados, taxis, porque os londrinos 'querem um emprego, não querem um trabalho' (sic) noto aqui alguma semelhança com os portugueses portanto... Hum
E depois disse assim a modo que coiso e tal que trabalhava 7 dias por semana, e que quantas mais horas melhor.
Portanto estou mesmo a ver um indivíduo português a trabalhar 16h por dia 7 dias por semana e a não se queixar que o estado portugues e as espresas portuguesas são umas chupistas.
Ali, como é no estrangeiro tudo bem, posso trabalhar, durante 7 dias por semana, mais de 8h por dia e não me queixo.
Sejamos sinceros, a trabalhar assim à maluca aqui em Portugal provavelmente também haveria dinheirinho para não morrer de fome.

Morais da história:
1 - Cuspir no prato onde se come é de uma falta de educação terrível.
2 - Se és estrangeiro podes submeter-te às mais ordinárias condições de trabalho, trabalhar que nem um escravo e não piares, mas fazeres isto no teu país não obrigada que isso é exploração.

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